segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O valor da palavra "Chitaca"

"Minha terra é linda como o sol que nasce no moxito ai, não levem a mal..."
Vejam esta pose!!!
Na minha terra, Angola, chama-se chitaca a uma fazenda de médio porte; aquilo que em Portugal se chama uma "quinta" ou uma "herdade".

No Brasil, chamar-se-ía chitaca a um sítio, uma chácara ou uma fazenda.

Porém, na chitaca dá a impressão de que o tempo não passa; que as coisas andam bastante devagar. Ainda é tudo calmo, sereno...

Ouve-se o chilrear dos pássaros, o canto por vezes mentiroso do "bem-te-vi", o gemido fofoqueiro da rola dizendo: "foste tu", os burricos com o seu zurro marcando as horas, os galos quer de dia quer de noite ora dizendo "cá não há pãoooo"; ao que o galo do vizinho responde "cá também nãoooo", ora de papo cheio e depois de um bom bater de asas dizer: "só sou bom com arrozzzz"!!!

Também as galinhas de Angola, mentirosas, que mesmo depois de fartas passam o tempo a dizer:... "tou fraco, tou fraco, tou faco..."

Enfim, a vida como toda ela devia ser: calma, certa, ordeira, sem pretenções de maior.

Felizmente e graças ao bom Deus, é num destes lugares que eu moro e levo a vida como ela é retratada por Almir Sater na sua canção Tocando em Frente: "Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso, porque já chorei demais..."

Aspectos da Chitaca

Hum!... Caju! À porta de casa
Cinco minutos de paciência
O mamoeiro
O Pintas e a Riquita
Pitangas e goiabas
Entrada da Chitaca
Tiôiô (?)
Sucupira com uma bromélia
Aspecto do rio onde irá ser uma praia fluvial
Aspecto do rio onde irá ser uma praia fluvial
Residência
Chá de Santa Maria; Chá de Príncipe; Capim Santo
Cravoária
Flor da lobeira (Jurubebão?)
Flor do gengibre

Chegada à chitaca

Chitaca atravessada pela estrada
Aspecto da Mata
Boldo




domingo, 7 de setembro de 2008

Produtos da Chitaca






Alguns produtos que saem da chitaca.

Aves





São criados frangos e galinhas de raça: frango colonial, galinha de Angola e galinha caipira.

Curso de Licores




Estes cursos, são ministrados por mim para o SENAR - GANDU BA.


Os licores classificam-se da seguinte forma:
1 – Ordinário;
2 – Fino;
3 – Extrafino;
4 – Finíssimo.
De ter em conta que o licor finíssimo tem cerca de 50% de açúcar.
Consoante a variedade de produtos com que são fabricados a ordem pode ser estabelecida deste modo:
a – Licores à base de plantas;
b – licores à base de frutos;
c – licores à base de essências;
d – licores à base de natas – este grupo de licores é recente, assim como o aparecimento dos “cream liqueurs”. Fazem deste grupo, por exemplo, o Bailey’s, o Carolan’s, o Emmets e o Royal Tara entre outros.

Legislação Brasileira
Decreto nº 2314, de 4 de Setembro de 1997
“Licor é uma bebida com graduação alcoólica de 15 a 54 por cento de volume, a 20º C e um percentual de açúcar superior a 30 gramas por litro, elaborado com álcool etílico potável de origem agrícola, ou destilado alcoólico simples de origem agrícola ou bebidas alcoólicas, adicionado de extrato ou substâncias de origem vegetal, animal, substâncias aromatizantes, corantes e outros aditivos permitidos em ato administrativo complementar.”

Métodos
Quanto ao método de fabrico agrupamos os licores do seguinte modo:
a – por destilação – licores à base de plantas;
b – por infusão maceração – licores à base ervas e frutos;
c – por extratos ou essências;
d – por adição de natas (cream liqueurs).
Os métodos de fabrico podem ser a quente ou a frio.

Destilação
Pode ser usada a destilação por álcool ou por água.
Destilação por álcool:
É um processo normalmente executado num pequeno alambique de cobre. O agente aromático é embebido em álcool por algumas horas e posteriormente colocado no alambique onde lhe é adicionado o álcool.
Desta destilação, apenas uma parte do licor é aproveitada; voltando o resto a ser redestilado numa nova jornada.
Destilação por água:
Este método é usado para ervas e flores muito delicadas. São embebidas em água e só depois se procede à sua destilação suave em alambique. Este procedimento permite preservar os aromas. A esta água destilada e aromática, junta-se posteriormente álcool puro (espirituoso).
Por este processo, são fabricados alguns dos mais famosos licores existentes no mercado.

Infusão/maceração
O processo de infusão pode ser a frio ou a quente. Quando é feito a frio as frutas são esmagadas e colocadas num recipiente com água fria por um período que pode ir até um ano. Após este período, o líquido é filtrado e adicionado a álcool.
As fases deste processo de fabrico são as seguintes:
a – homogeneização;
b – repouso;
c – refrigeração;
d – filtragem;
e – engarrafamento.

Licores


Licores

1 – Breve resenha histórica
O termo licor vem do latim liquifacere, que significa liquefazer, dissolver, desfazer em líquido.
O licor não é apenas uma bebida colorida de frutas, de bonita cor e sabor que encanta aos olhos de qualquer um. Cada fórmula, cada receita, carrega uma intensa história onde não faltam segredos, mistérios e uma imensa dose de paciência e alquimia. Resultado desta paciência e alquimia tradicional, os mais finos e famosos licores têm as suas receitas preservadas por gerações. Existem registros históricos que demonstram que os povos antigos consumiam um tipo de bebida semelhante ao licor.
Sabe-se que desde as mais antigas civilizações, eram conhecidas as bebidas alcoólicas, já que frutas e sucos de frutas deixados em recipientes fermentavam espontaneamente, produzindo-se assim um líquido alcoólico.
A destilação da água com líquidos aromáticos é conhecida desde a antiguidade. Pensadores como Hipócrates, Galeno, Plínio, escreveram sobre o assunto. Mas somente em 900 a.C. os árabes inventaram a produção de álcool por meio da fermentação.
A produção de licores aconteceu depois. No início, só adocicavam alcoóis aos quais, grosseiramente, adicionavam xaropes e ervas (estas tanto para dar gosto, quanto para fins terapêuticos).
Na Idade Média, o vinho (e mais tarde o álcool), era o principal anti-séptico; mas as plantas, raízes e ervas eram pesquisadas pelos monges para a cura de várias doenças. Os alquimistas levaram tais pesquisas adiante.
Registros apontam Arnauld de Villeneuve ou Arnaldus de Villanova (em Catalão) nascido em 1238, como o inventor das tinturas modernas das quais, as virtudes das ervas, são extraídas pelo álcool. Este sábio foi o primeiro a escrever o tratado sobre o álcool e a divulgar receitas de licores curativos. Villeneuve enfrentou problemas com a inquisição pelas suas idéias avançadas. Mas ao salvar o Papa Bonifácio VIII de uma doença dolorosa, livrou-se da morte.
Quando a peste negra (nome por que ficou conhecida a peste bubônica) se espalhou pela Europa em meados do séc. XIV, os licores associados a bálsamos vegetais e tônicos, tornaram-se medicamentos preciosos.
Além da aguardente de vinho, outros alcoóis eram utilizados para fazer licores, tais como o rum por exemplo. Era comum a fabricação doméstica de licores e a sua utilização na cozinha e confeitaria. Devido à sua doçura, eram muito usados em bolos de creme e sobremesas. Eram muito usados também como produtos medicinais especialmente nos problemas de estômago.
Na época medieval, os famosos cozinheiros de então, usavam os licores como aromatizantes, para disfarçar o cheiro das carnes em mau estado e também de alguns vegetais.

2 – Conceito
Licor é uma bebida alcoólica doce, geralmente misturada com frutas, flores, sementes, ervas, raízes, cascas de árvores ou ainda cremes.
A descrição mais comum de licor é a de uma bebida doce e de alto teor alcoólico.
Os licores não costumam ser envelhecidos por muito tempo; mas é bom que fiquem por algum tempo em repouso de maturação para que possam atingir o sabor ideal.

3 – De que são feitos os licores
Entram no fabrico de licores como aromatizantes os seguintes produtos:
Plantas – manjericão, hissopo, hortelã, erva-cidreira, alecrim, príncipe, etc.;
Flores – camomila, alfazema, alecrim, rosa, laranjeira, etc.;
Frutos – banana, maracujá, morango, laranja, tangerina, medronho, cereja, groselha, melão, tâmara, pêssego, kiwi, pêra, apricot, amêndoa, avelã, jabuticaba, tamarindo, jenipapo, acerola, pitanga, abacaxi, etc.;
Raízes – gengibre, angélica, aipo, genciana, cenoura, etc.;
Cascas de árvore – canela, quina, sândalo, etc.;
Sementes – anis, damasco, café, cacau, zimbro, pimenta, avelãs, nozes, baunilha, etc.;Açúcar – açúcar de cana, beterraba, mel e sumo de uvas concentrado.

Chouriço


A arte de fazer chouriço ou chouriça como é dito nalgumas regiões, perde-se na memória dos tempos.

Usando sempre carnes de boa procedência e de qualidade excepcional, temperam-se com produtos exclusivamente naturais e seguindo o processo tradicional. A vinha de alhos não tem medida; é tudo a olho. O vinho, esse tem que ser de boa qualidade. O colorau, sempre de bons pimentos e de preferência feito em casa.

Quanto ao fumeiro, como não existe aqui madeira de azinho, nem de oliveira e muito menos de carvalho, mistura-se à lenha que temos, algo que vá aromatizar o chouriço, uma vez que vai existir a transmissão de massa entre o fumo e o chouriço. Cinco dias depois, é só deliciarmo-nos com a excelência do que fizemos, acompanhado de bom pão caseiro e vinho tinto a condizer.

Coisas da Roça


O blog Saberes da Roça com Outros Sabores refere-se à propriedade intitulada: “Fazenda Chitaca Santo António”.
Está situada a cerca de 20 km de Valença, Bahia, Brasil indo pela BA – 542 em direcção ao Entroncamento de Valença e antes do povoado do Bonfim. Virando à esquerda para o povoado de Três Missas, andam-se cerca de 4 km. À entrada da fazenda, está um nicho com a imagem de Santo António. Inconfundível!
Lugar aprazível onde ainda se acorda com o chilrear de pássaros de várias espécies, a maior parte do terreno ainda é composto por mata atlântica. Possui cravoárias, coqueiros, dendezeiros, algumas árvores de fruta, água em abundância. Criam-se aves como, por exemplo, frango colonial, galinhas de Angola, galinha caipira. Pelo método artesanal, fabricam-se licores de quase tudo quanto é possível fazê-los. Pelo mesmo método artesanal se faz chouriço parecido com o do Mediterrâneo, concretamente o de Portugal e mais precisamente o da região da Serra da Estrela.
A curto prazo se irão produzir condimentos – sempre pelo método artesanal – assim como pão caseiro e produtos de fumeiro a exemplo do chouriço.
Já saem de lá doces como a cocada e o chocolate. A cocada só de frutas exóticas como, por exemplo, o cupuaçu; o chocolate de cacau, acabadinho de colher dos cacaueiros da propriedade.
O rio – Riachão do Vinhático – passa ao fundo da propriedade e tem entre outras características, uma argila maravilhosa para quem se quiser com ela besuntar.
As pessoas do lugar são afáveis e receptivas.